ETANOL: ANÁLISE
Mix de açúcar pode superar etanol após 20 anos
O mix do açúcar poderá superar o do etanol pela primeira vez em mais de duas décadas no voume de biomassa processada na safra 2024-25 no Centro-Sul, à medida que o setor espera que os preços do adoçante se mantenham mais vantajosos do que os do biocombustível. O peso do açúcar no mix da região poderá subir a 50,8pc em 2024-25, segundo projeção da consultoria Job Economia e Planejamento. Na temporada recém-encerrada de 2023- 24, o açúcar respondeu por 48,87pc do mix, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única). A última vez que a participação do açúcar ultrapassou a do etanol foi na safra 2002-2003.
A projeção de mix maior no ciclo atual ocorre após quatro safras seguidas de maior prêmio do produto sobre o etanol, diz Julio Maria Borges, sócio e fundador da Job. Mesmo que os preços do açúcar tenham parado de crescer desde novembro de 2023, diante de uma produção global maior que a esperada, sua rentabilidade permanece maior que a do etanol, enquanto o mercado de energia mostra certa fraqueza, comenta Borges. “A tendência é continuar assim”, afirmou à Argus. “A vantagem está diminuindo, mas ainda existe.”
A estimativa da Job é que a produção de açúcar alcançará 41,3 milhões de toneladas na safra 2024-2025 no Centro-Sul, uma queda de 2,6pc em relação à safra anterior. A perspectiva para a produção de etanol de cana e de milho somada é de é de 32,6 milhões de m³, uma queda maior, de 4,4pc, na mesma comparação.
(Maria Ligia Barros e Maeli Prado)