Economia global: As incertezas relacionadas ao momento atual parecem estar diminuindo, dado que o problema criado pelo Covid-19 está melhor conhecido. Ou seja, não parece possível continuar com o isolamento do ínício e um relaxamento progressivo e controlado está acontecendo. Nos EUA, América Latina e África existe preocupação maior com o problema devido ao não retrocesso do número de casos de contaminação e mortes.
Câmbio: a taxa de câmbio no Brasil tem mostrado, desde Maio/20 sinais de baixa. O recuo deste mês de Julho/20 ocorre partindo de um teto de R$ 5,50/US$. O teto anterior foi de R$ 6,00/US$ alcançado em Maio/20. Se o Governo Bolsonaro não criar um problema novo, parece pouco provável a taxa de câmbio voltar para a faixa de 5,50-6,00 R$/US$. O viés de preços é de baixa, apoiado nesta mesma tendência para o US$ americano em relação a outras moedas.
Petróleo WTI: seguimos sem argumentos relevantes para sustentar o crescimento de preços no curto prazo em busca de US$ 50/barril. A esperança de dias melhores contrapõe-se a notícias negativas apoiadas no mundo real. A demanda de combustíveis do ciclo Otto dificilmente retoma níveis pré-Covid19 neste ano de 2020.
Açúcar-NY: nos próximos dois meses o açúcar pode ficar oscilando na faixa de 11,50-12,50 cents/libra peso. Após este período a faixa inferior deste intervalo pode ser rompida pois existe previsão de excesso da oferta global de açúcar. E este excesso pode ser grande : da ordem de 10 mi t.
Mercado interno – Região Centro-Sul.
Açúcar: a oferta de açúcar para o mercado interno está sendo restrita devido a exportações recordes previstas para esta safra. Isto dá suporte para preços que estão atipicamente altos no período Abril-Julho e remuneram adequadamente o produtor. No Estado de São Paulo, o preço médio do açúcar neste período alcançou R$ 69,00/saca 50kg.
Daqui para frente esperamos que os preços de mercado interno fiquem arbitrados com o mercado externo e incorporem algum prêmio de logística de exportação. Dificilmente os preços serão menores que os atuais.
Etanol: os preços no início da pandemia do Covid-19 cairam com muita força. Passaram de 2,15 R$/litro, sem imposto, para 1,25 R$/litro no início de Abril/20. Isto ficou em linha com o que aconteceu nos mercados de combustíveis líquidos pelo mundo afora. Por outro lado, a recuperação de preços também foi rápida: passaram de 1,25 R$/litro para 1,65 R$/litro no período Abril-Junho. Desde então estão relativamente estáveis.
E daqui para frente? O que deve acontecer com os preços do etanol?
Tudo vai depender da recuperação da demanda de combustíveis no Brasil e no mundo. A oferta de etanol das usinas será menor nesta safra, o que ajuda a fechar o balanço de oferta-demanda. Contudo, é uma situação de incerteza, dado que o equilíbrio do mercado depende do tamanho da redução da demanda e da oferta. Por enquanto, este balanço sugere equilíbrio. Temos de acompanhar, conforme fazemos em nossos relatórios semanais.
Julio Maria M. Borges Sócio-Diretor da JOB Economia e Planejamento.
Conselheiro de Administração.
Email: julioborges@jobeconomia.com.br Site: www.jobeconomia.com.br