As incertezas
As incertezas não estão neste momento do lado da oferta. As previsões de moagem de cana e produtos finais estão convergentes entre as diferentes fontes de informação.
As incertezas residem do lado do crescimento da economia mundial que sustenta a demanda e preços. Um ambiente de guerra comercial entre países e conflitos de geopolítica graves prejudicam o crescimento econômico global e inibem a demanda, com menor suporte para preços. Isto no caso do petróleo e gasolina é muito relevante.
O clima também é motivo de incertezas. Por enquanto tudo vai bem . Em caso contrário , e a possibilidade de La Nina existe, a produção de commodities agrícolas é prejudicada e os preços passam a ter movimento de alta . Isto para açúcar é crucial.
O clima no brasil
No CSUL o regime de chuvas foi adequado a um rendimento agrícola normal. Houve alternância de meses chuvosos com meses mais secos ( Julho/18 e setembro/18) . No período de doze meses que antecede a nova safra Abril/18 – Março/19 choveu 5% acima da média acumulada .
No NNE o regime de chuvas foi também favorável. Desde Abril/17 as chuvas acumuladas estão acima da média.
Rendimento agrícola
O canavial no Brasil envelhece. A dificuldade econômica, sem cobertura dos custos de produção, por que passa o setor desde a safra 2012/13 , de forma geral, ajuda a entender esta situação. Por este motivo o rendimento agrícola do CSUL tem estado em nível relativamente baixo ao redor de 75 tc/ha e no NNE em torno de 55 tc/ha.
Prevemos para a nova safra 2018/19 rendimentos agrícolas de 75 e 53 tc/ha no CSUL e NNE, respectivamente.
Área de cana
Em franco declínio no Brasil.
No CSUL observamos pela primeira vez, nos últimos nove anos, redução da área de cana disponível para corte em 3,5%, alcançando 7,85 mi ha. No NNE a redução de área ocorre desde 2012 e ja encolheu cerca de 22% no período de seis anos. Atualmente é próxima de 0,9 mi ha.
A oferta
A safra nova brasileira é 3% menor que a safra passada em ATR total. Terá forte viés alcooleiro pois o suporte de preços do etanol, via gasolina/petróleo, será maior que aquele do açúcar. Estamos repetindo a situação de 2015/16.
A produção de açúcar no Brasil deve reduzir em 6,3 mi t. A produção de etanol deve se aproximar do recorde nacional de 30 bi litros.
As importações de etanol em 2017/18 atingiram um recorde e pela primeira vez apareceu um volume de 0,41 bi litros de etanol importado sem declaração de porto para desembarque.