JOB reduz previsão para produção de açúcar do país e eleva a de etanol
SÃO PAULO (Reuters) - O centro-sul do Brasil deverá processar mais cana do que o previsto inicialmente, mas a produção de açúcar vai ficar abaixo da estimativa inicial, com as usinas da região privilegiando a produção de etanol e uma queda na qualidade da matéria-prima, apontou nesta quinta-feira a consultoria Job Economia, em sua primeira revisão de projeção para a temporada 2015/16.
A safra de cana do centro-sul do Brasil, que responde por cerca de 90 por cento da moagem nacional e já passou da metade do processamento previsto, foi estimada em 590 milhões de toneladas, aumento de 3 milhões de toneladas ante a estimativa inicial da Job e um crescimento de 3,3 por cento na comparação com a temporada passada.
Apesar no aumento da projeção e na moagem ante a safra passada, a produção de açúcar do centro-sul cairá para 29,9 milhões de toneladas, ante 32,3 milhões na projeção inicial e cerca de 32 milhões em 2014/15.
"Caiu bem com o rendimento industrial da cana, está pior que o previsto, e a preferência para produzir o etanol está maior", disse o sócio-diretor da Job, Julio Maria Borges, em entrevista à Reuters.
Ele explicou que a qualidade de cana está pior em função da ocorrência do florescimento dos canaviais nas regiões oeste e centro-oeste de São Paulo, um fenômeno decorrente de problemas climáticos que reduz a concentração de açúcares na matéria-prima.
A previsão inicial era de um rendimento de 136,1 quilos de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana, estimativa que agora está em 133.
No caso da produção de etanol, a produção da principal região produtora do país foi estimada em 27,7 bilhões de litros, 700 mil acima da projeção inicial e aproximadamente 1,6 bilhão de litros acima da safra passada.
(Por Roberto Samora)