Os produtores de etanol estão preocupados com um possível aumento das importações do combustível dos Estados Unidos neste ano.
23/01/2015 - Mauro Zafalon
Os produtores de etanol estão preocupados com um possível aumento das importações do combustível dos Estados Unidos neste ano.
A arbitragem de preços entre os valores de mercado externo e interno favorece as importações para Nordeste e Norte, onde os preços são superiores aos do centro-sul.
As regiões Nordeste e Norte consomem 23% da gasolina do país, mas produzem apenas 10% do etanol.
Os custos de logística para o Nordeste vão ser o diferencial entre os preços praticados no centro-sul e nos EUA.
Em geral, o ritmo de importações cresce em março, final de safra no Nordeste.
Em 2014, o Brasil importou 452 milhões de litros, 243% mais do que em 2013. Desse total, 242 milhões ocorreram de fevereiro a abril.
Outro fator que favorece a importação de etanol -e que preocupa o setor produtivo- é a diferenciação de tributação entre o combustível e a gasolina.
As importações de gasolina pagam 11,75% de PIS e Cofins, uma taxa inexistente nas operações com álcool.
Analisando o cenário para esse mercado, Julio Maria Borges, sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento, diz que, "com a forte queda de preços do etanol norte-americano e com a alta de preços no mercado interno, o atual diferencial de preços entre os dois mercados viabiliza a importação do produto dos EUA".
A viabilidade das importações de etanol do mercado dos EUA para a entressafra cria um novo teto para o preço do etanol no mercado interno na faixa de R$ 1,40 a R$ 1,50 por litro, segundo ele.
As exportações de álcool recuaram para 1,4 bilhão de litros no ano passado, 52% menos do que em 2013.