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22/03/2012 |
Etanolduto consome R$ 500 mi e obras seguem bom ritmo
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Por Érica Polo |
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Há quase um ano em obras, o primeiro trecho do Sistema Logístico Multimodal do etanol, também conhecido como etanolduto, consumiu cerca de R$ 450 milhões em investimentos. A construção da "via" de 206 quilômetros que vai ligar Ribeirão Preto a Paulínia, ou ao menos a parte que interligará o coração do setor produtivo a regiões de grande consumo e ao porto do Rio de Janeiro, segue a todo o vapor. "Esse trecho do sistema estará pronto para operar no primeiro trimestre de 2013", diz Alberto Guimarães, presidente da Logum Logística. A companhia tem como sócios a Petrobras, Raízen, Coper-sucar, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto Logística. Segundo o executivo, as operações ocorrem dentro do cronograma. Ele não descarta, inclusive, a possibilidade de agilizar o projeto, caso seja necessário, ou de ampliar o alcance do sistema. Uma possível "pressa" comercial seria compreensível, visto que a demanda pelo combustível cresce cada vez mais. Além do aumento da frota de carros bicombustíveis no mercado interno, os EUA derrubaram a sobretaxa que incidia sobre o produto brasileiro em janeiro, possibilitando aumento de volume de negócios. "Acho que a viabilidade dessa obra depende de volume e as usinas estão investindo agora em canaviais para ampliar produção", avalia Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia e Planejamento, consultoria especializada no segmento de cana-de-açúcar. " "Dessa forma, o cronograma do etanolduto vai coincidir com o de recuperação da produção no Brasil". Borges lembra que a necessidade de resolver o gargalo entre produção e demanda é urgente. Apenas 35% da demanda de etanol é atendida no país e o quadro deve se repetir em 2012, de acordo com a Job, que estima uma produção de etanol de 24 bilhões de litros na próxima safra, muito similar à atual. Levantamento da Unica, entidade que representa o setor, mostra que R$ 156 bilhões serão investidos até 2020 nas áreas agrícola e industrial para dobrar a produção no segmento. Trecho estratégico O trecho Ribeirão Preto / Paulínia, que está sendo construído, é estratégico porque está na região que concentra o maior volume de usinas de cana. Quando ficar pronto, facilitará o transporte do combustível do interior do estado de São Paulo para regiões de grande consumo, como a capital paulista. Além disso, permitirá ligar o sistema a dutos que pertencem à Petrobras e foram arrendados pela Logum (em preto no mapa abaixo). Essa interligação agilizará o transporte do combustível ao terminal Ilha d"Água, no porto do Rio de Janeiro. Segundo Guimarães, as vias foram "alugadas" por período superior a vinte anos. R$ 7 bilhões O orçamento total do sistema do etanolduto soma R$ 7 bilhões. E não houve alterações, segundo Guimarães.Paralelamente às obras do primeiro trecho, os engenheiros da Logum trabalham em estudos das vias que serão construídas entre Uberaba e Ribeirão Preto, além do trecho entre Anhembi e Paulínia. Outros R$ 50 milhões foram aplicados nessas pesquisas. Segundo a Logum, o projeto foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento %4 PAC 2 do governo federal, devido à importância para a competitividade do mercado de etanol.
Sistema contará com 1,3 mil quilômetros de dutos e 12 terminais O sistema do etanolduto terá capacidade total de armazenar cerca de 800 milhões de litros de etanol e de transportar, ao todo, mais de 20 bilhões de litros de combustível por ano. Ao todo, o sistema de dutos somará 1,3 mil quilômetros e atravessará 45 municípios em São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Interligando-os, haverá doze centros coletores, entre eles alguns ativos da Petrobras, que foram arrendados pela Logum Logística.
De acordo com o cronograma apresentado, toda a obra será concluída em 2016, sendo que o último trecho a operar ligará São José dos Campos e Taubaté a Caraguatatuba. Com as obras, a empresa prevê geraçãode 10 mil empregos, diretos e indiretos. Vale lembrar que a Petrobras, Copersucar, Raízen e Odebrecht Transport Participações detém 20% de participação, cada uma, na Logum Logística. A Camargo Correa Óleo e Gás e a Uniduto são donas de fatias de 10%. E.P. |
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