Olam International, trading de commodities de Cingapura, anunciou ontem seu desembarque no Brasil.

A companhia, que tinha apenas escritório comercial no país para realizar operações de compra e venda de açúcar, adquiriu a Usina Açucareira Passos, de Minas Gerais. O desembolso para a compra de seu primeiro ativo para produção local somará US$ 128,8 milhões. Em comunicado a companhia informa que há planos de investir outros US$ 111,5 milhões em ampliação de canaviais e aumento de capacidade e eficiência industrial nos próximos cincos anos.

“Temos reforçado os investimentos em açúcar nos últimos três anos, incluindo apostas em duas usinas de açúcar na Índia e duas refinarias, uma na Indonésia e outra próxima à Nigéria. O Brasil é parte integrante de nossa estratégia pois é um dos produtores mais competiti-

Fonte: KPMG vos do mundo”, disse Devashish Chaubey, presidente da Olam, em nota. A usina brasileira, considerada por especialistas de pequeno porte, é familiar e tradicional, com capacidade de moer 1,75 milhão de toneladas de cana (e produzir 200 mil toneladas de açúcar). Com os investimentos programados, a capacidade de moagem de cana deve quase dobrar, para 3 milhões de toneladas.

Assim como a Usina Passos, há pelo menos uma dezena de ativos à venda na região centrosul do Brasil. Para Júlio Borges, diretor da Job Economia, embora o cenário seja nebuloso para o setor no curto prazo por conta de preços em baixa e margens apertadas, os subprodutos da cana são negócio atraente a médio prazo - daqui a três anos. “Enquanto o consumo de açúcar cresce 3 milhões de toneladas por ano, a capacidade de ampliar a oferta, anualmente, é de 1,5 milhão de toneladas”, diz. “Nos EUA, a demanda de etanol deve triplicar até 2035, para 150 bilhões de litros”.