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26/11/2012
Custos sucroalcooleiros ainda na berlinda
Por Fabiana Batista

O aumento de 8% na produtividade dos canaviais do Centro-Sul nesta safra 2012/13 pode não se refletir em uma queda generalizada dos custos de produção do etanol e do açúcar. O volume de cana-de-açúcar se recuperou, mas a quantidade de açúcar por tonelada é menor do que no ciclo anterior. Há ainda aumento dos custos fixos, entre eles salários e despesas na área ambiental. No fim das contas, espera-se que o ganho de produtividade agrícola apenas neutralize a alta dos custos fixos da atual safra.

Até o segundo trimestre do ciclo, o balanço das companhias sucroalcooleiras indica que reduzir custos vem sendo uma tarefa árdua. No acumulado dos seis meses da safra, o grupo São Martinho registrou aumento de 6,1% no custo unitário (Custo dos Produtos Vendidos do açúcar e álcool dividido pelo Açúcar Total Recuperável-ATR vendido). O presidente da companhia, Fábio Venturelli, explica que até o segundo trimestre não foi possível recuperar a baixíssima moagem registrada nos primeiros meses da safra. "Até agora, registramos custos de seis meses com produção de quatro meses", afirma Venturelli.

Ele diz ter dúvidas se a tendência de queda nos custos vai se concretizar até o fim da safra, em março de 2013. "Com toda a chuva ocorrida, a cana cresceu, mas o ATR ficou diluído, ainda não se recuperou. Assim, será preciso processar mais cana (o que traz mais custos) para compensar a queda do ATR", diz Venturelli.

Até o momento, a produtividade da matéria-prima colhida no Centro-Sul vem sendo de 74,2 toneladas por hectare colhido, 8% acima das 69 toneladas por hectare de produtividade da safra passada, a 2011/12, sobre a qual incidiram uma série de intempéries, conforme dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

O gerente de produto do centro, Luiz Antônio Dias Paes, observa que essa relação inversamente proporcional entre custo e produtividade só é válida se os custos fixos, como arrendamento e salários, não se alteram. Além disso, apesar da melhor produtividade, o desempenho ainda está distante da média histórica de 85 toneladas por hectare entre 2003 e 2010.

Paes observa que os níveis atuais de produtividade, de 74,2 toneladas por hectare, representam avanço, mas ainda significam, via de regra, margens negativas na industrialização da cana-de-açúcar, considerando as remunerações atuais para etanol e açúcar. "Para a realidade do Centro-Sul, uma produtividade abaixo de 78 toneladas por hectare significa margem negativa", acrescenta Paes.
Assim, em 2012/13, não há possibilidade de os preços atuais do etanol cobrirem integralmente os custos (incluindo depreciação e juros), segundo afirma o sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento, Julio Maria Borges. "Se for considerado o "pacote" açúcar e etanol, aí sim os preços devem cobrir 90% dos custos totais", afirma.

Além disso, a proibição de queima em diversos municípios do Estado de São Paulo nesta safra trouxe perdas aos fornecedores, que têm menor índice de mecanização da colheita. Também às usinas, que adiaram o recebimento da cana de fornecedores e aceleraram a colheita da produção própria, em muitos casos, antes do estágio ideal para a moagem, explica o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues. "O ganho agrícola, no fim das contas, vai apenas neutralizar a alta dos custos fixos da atual safra", diz.

 
 
 
 
 
 
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