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16/10/2019
Brasil canavieiro: benchmark (ainda não seguido) para o mundo
Produzir para ter prejuízo, só por falta de opção. E é isto que acontece no mundo açucareiro nos últimos três anos, exceto no Brasil. E porque esta diferença?

Brasil canavieiro: benchmark (ainda não seguido) para o mundo.

Produzir para ter prejuízo, só por falta de opção.

E é isto que acontece no mundo açucareiro nos últimos três anos, exceto no Brasil. E porque esta diferença? 

A flexibilidade na produção

O Brasil é o único Pais no mundo açucareiro que investiu em flexibilidade relevante de produção de açúcar e etanol, utilizando-se da cana disponível para moagem. Este investimento se deu com recursos do Governo Federal , nas décadas de 1970 e 1980, e com recursos próprios das usinas, principalmente aquelas do Centro-Sul.

Os recursos governamentais das décadas de 1970 e 1980 foram motivados por razões estratégicas, numa época onde cerca de 80% do petróleo consumido no País era importado, comprometendo seriamente nosso Balanço de Pagamentos, e a geopolítica do petróleo recomendava menos dependência de importações.

Os recursos privados foram motivados por ocasião da liberalização do setor do controle do IAA (Instituto do Açúcar e Álcool) na década de 1990. Nesta ocasião o Brasil era o País mais competitivo do mundo na produção de açúcar, com grande vantagem sobre os demais concorrentes. A busca do lucro nas exportações privatizadas de açúcar foram a razão dos investimentos em fabricação de açúcar por parte das destilarias autônomas, produtoras exclusivas de etanol. Isto é o que o prof. Delfim Netto chama de “ instinto animal” do empresário.

Em resumo: as usinas de açúcar existentes na década de 1970 investiram na produção de álcool e as destilarias autônomas de etanol, criadas na década de 1980, investiram na produção de açúcar na década de 1990.

E o Brasil canavieiro se transformou no maior produtor mundial de açúcar e no maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar. 

Benefícios econômicos da flexibilidade na produção

O exemplo abaixo considera a safra atual 2019/20 e custos médios de produção e comercialização no Centro-Sul do Brasil.

A exportação de açúcar VHP (açúcar bruto que precisa ser refinado para o consumo humano) deve gerar um preço líquido ligeiramente inferior às despesas + depreciação (D+D) de produção e comercialização. Ou seja, os juros de empréstimos e juros sobre o capital próprio não são remunerados.

Já a produção de etanol hidratado, usado no carro flex, deve cobrir o custo D+D e sobrar um ganho de 11%-12% sobre o preço líquido.

Para o negócio de commodities esta diferença de resultados é expressiva. 

E porque o mundo açucareiro não adota esta flexibilidade?

Desde meados dos anos 1980 a Copersucar, demais produtores e Governo Federal vêm informando ao mundo açucareiro sobre as vantagem da flexibilidade açúcar – etanol. E nada de relevante aconteceu até então. Porquê?

O setor de petróleo fica incomodado com o uso do etanol combustível, e isto é uma barreira . E neste momento este incômodo aumentou, tendo em vista que a demanda de petróleo mostra crescimento tímido e a sua oferta é crescente. No período 2008-2018 o PIB mundial cresceu 28% e a demanda de petróleo aumentou 16%.

Além disso, a produção de açúcar de cana é uma lavoura protegida pelos Governos em muitos países . Isto por razões sócio-políticas. Ou seja, preços baixos de açúcar no mercado externo não são sentidos diretamente pelos produtores em mercados protegidos, o que reduz o estímulo para a busca de flexibilidade na produção.

 

Julio Maria M. Borges

Sócio-Diretor da JOB Economia e Planejamento        Conselheiro de Administração.

Site: www.jobeconomia.com.br                    Email: julioborges@jobeconomia.com.br

 
 
 
 
 
 
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