Publicado por: julioborges em 10/07/2017
A partir de junho passado tivemos uma grande surpresa com os preços de açúcar e etanol no Centro-Sul do Brasil, responsável por 90% da safra brasileira.
A queda de preços foi impressionante. No caso do açúcar de mercado interno a queda foi de 20%. No caso do etanol a queda foi bem menor : 8,2% para o anidro e 5,5% para o hidratado.
De qualquer maneira, a receita líquida da usina não foi suficiente no final de Junho/17 para cobrir as despesas de produção. Ou seja, o EBITDA foi negativo.
E porque aconteceu isto?
Alguns motivos que explicam a queda:
· Redução forte dos preços do açúcar no mercado externo, motivada por expectativas de excesso de oferta global e clima normal no mundo açucareiro.
· Redução do preço da gasolina no mercado interno, o que inibe a competitividade do etanol na bomba do posto de serviços.
· Bom andamento da safra no CSUL devido a um clima mais seco que favorece a moagem da cana. Com isto a pressão de oferta aumenta.
Esta situação vai continuar?
Os preços nos mercados interno e externo atingiram níveis baixos suficientes para atrair compradores e inibir vendas de produtores. Além disso, os fundos de investimento podem aceitar que o momento é de compras. Em outras palavras: os preços podem mostrar uma recuperação no curto prazo.
No médio prazo pesa o excesso de oferta global de açúcar e isto pode reverter um eventual movimento de alta dos preços.
Em resumo: o produtor de açúcar e etanol deve aproveitar preços melhores que porventura venham a ocorrer para fixar em mercados futuros os preços de seus produtos.
Por enquanto esta safra está com preços piores do que imaginávamos quando de seu início.